O SinFAP – Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil, decretou greve a nível nacional abrangente a todos os Vigilantes da Natureza a exercer funções no Instituto da Conservação e Florestas, I.P. (ICNF), Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais (CCDR’s) e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira para o dia 28 de junho.
Fartos de esperar, fartos de falsas promessas, basta de precariedade!
São já longos os anos da sua existência, os Vigilantes da Natureza, viram alargadas as suas áreas de atuação, exercendo neste momento funções na totalidade do território nacional e ilhas, tudo fazem para garantir a execução das políticas ambientais no continente português e regiões autónomas.
Nunca é demais recordar que todos os dias estes valorosos e corajosos profissionais trabalham arduamente para que as espécies e habitats existentes no nosso país se mantenham para que as gerações futuras também possam usufruir dos seus benefícios.
Os Vigilantes da Natureza do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas têm como missão a fiscalização, vigilância, monitorização e sensibilização em todo o território nacional. Os Vigilantes da Natureza têm assistido ao seu número de efetivos a decair ao longo dos anos, quer por mobilidade, aposentação e a procura de um vencimento digno. Continua a não existir vontade política para inverter esta tendência. Também os Vigilantes da Natureza presentes nas CCDR’S e na APA foram esquecidos, nunca lhes foram atribuídos fardamento e efetuadas progressões na carreira, estando estes em risco de extinção.
Aliado a este fator, a carência de meios humanos assim como a falta de meios de trabalho para que estes profissionais possam desempenhar as suas funções, tais como: material ótico, veículos todo-o-terreno, embarcações, fardamento e formação adequada para as missões que lhes são atribuídas e que desempenham no seu dia a dia.
Os governantes do nosso país ainda não escolheram para estes profissionais um futuro, que lhes dê oportunidade para continuar a desempenhar dignamente as suas funções num caminho que é cada vez mais sinuoso, estando em marcha um claro desinvestimento na sua ainda não revista carreira profissional. Ao longo dos anos, tem-se tornado evidente a falta de reconhecimento destes profissionais, os políticos e dirigentes de cargos públicos deste país nunca valorizaram o papel desempenhado pelos Vigilantes da Natureza na preservação da Natureza.
É ALTURA DE DIZER BASTA, ATÉ QUANDO ESTES PROFISSIONAIS VÃO CONTINUAR À ESPERA DA REVISÃO DA CARREIRA?
Os Vigilantes da Natureza anseiam ultrapassar UMA BARREIRA CRIADA PELOS SUCESSIVOS GOVERNOS contra a aspiração de uma carreira profissional digna.
É de assinalar que as próprias entidades policiais já não têm capacidade de resposta para todo o volume de trabalho que estas tarefas exigem e é de rememorar também que os animais silvestres, bem como os animais exóticos, vítimas de tráfico, necessitam de proteção e de uma fiscalização robusta, capaz de pôr termo a tamanhas atrocidades.
Para além da greve nacional os Vigilantes da Natureza irão se concentrar em Lisboa em duas concentrações, no período da manhã em frente ao Ministério do Ambiente e Energia, e no período da tarde em frente à Assembleia da República.
O SinFAP entende que a revisão da carreira é uma medida que poderá ser regularizada também na Assembleia da República caso o Governo, continue a adotar o caminho do silêncio ou invés do diálogo construtivo.
A luta é o caminho a seguir.
Fonte: SinFAP