A última vez que estive no Douro Vinhateiro (junto ao Pinhão) foi no final do passado mês de agosto. Respirava-se, já, no ar o início da azáfama das vindimas. As vinhas eram monitorizadas ao dia e algumas já se encontravam a ser vindimadas, em jeito de “jogo de início de época”.
A arte vitivinícola do Douro resulta de gerações e séculos de aprendizagem e, com a evolução tecnológica, tem hoje novos mecanismos que permitem gerar mais eficiência e produtividade do trabalho desenvolvido, que têm sempre como resultado vinhos magníficos, consumidos em todo o mundo.
Não deverei andar muito longe da verdade afirmando que a economia de toda esta região do Douro continua a assentar, essencialmente, no setor primário, apesar do aumento da importância do turismo nos últimos anos.
Uma atenta observação do que nos rodeia auxilia-nos na identificação da realidade e isso importa quando se pretende implementar uma estratégia de transição ambiental do nosso país.
O que é que este espaço de tempo no Douro me permitiu observar? Desde logo permitiu-me verificar que a maioria das viaturas (camiões e carrinhas) usadas para o transporte das uvas entre as vinhas e os lagares, têm na sua grande maioria idade adulta, havendo mesmo algumas que não deverão ter uma idade muito longe da minha (nascido no final da década de 70 do século passado), e isto “transporta-nos” para um outro problema da maior relevância: a distância entre a discussão que se faz nos grandes centros urbanos, em especial nos centros do poder, em relação às medidas a implementar para combatermos os efeitos nefastos das alterações climáticas e a realidade de vida de muitos dos nossos concidadãos.
Tudo isto continua a ter uma dimensão de algum esoterismo, o que gera um desfasamento grande nos cidadãos entre si e entre […]
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