Em audiência com o Ministro da Agricultura e Pescas de São Tomé e Príncipe, Abel Bom Jesus, a AJAP manifestou total disponibilidade para ajudar o país, através da capacitação e formação. A AJAP prontificou-se a receber Jovens Agricultores em Portugal para que participem ativamente nas dinâmicas das explorações europeias, por forma a proporcionar experiências que se traduzam no desenvolvimento da agricultura santomense.
Uma Delegação da AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal realizou esta semana uma visita técnica a São Tomé e Príncipe.
Para além das visitas que efetuaram a algumas roças de Agricultores e Jovens Agricultores, a Delegação da AJAP reuniu-se com o Presidente da Ilha do Príncipe, Filipe do Nascimento, onde fizeram uma retrospetiva do potencial do Arquipélago em termos agrícolas, atendendo às suas especificidades de Reserva Especial da Biosfera.
Depois da visita ao Príncipe, e de regresso a São Tomé, a Delegação da AJAP, composta pelo Presidente da Direção, Henrique Silvestre, pelo Diretor-Geral, Firmino Cordeiro, por João Mira, do Departamento Técnico, e por Eládio Gonçalves, da Caja Rural del Sur, foi recebida em audiência pelo Ministro da Agricultura e Pescas, Abel Bom Jesus, e pelos seus assessores.
Na reunião que, para além de longa, foi intensa, foram abordados vários assuntos, desde logo o estabelecimento de um protocolo, para muito breve, que vai envolver a Plataforma dos Agricultores de São Tomé e a AJAP. Pretende-se, desta forma, associar às prioridades a definir conjuntamente pelo Ministério, a Plataforma e a AJAP, para que se estabeleça um forte compromisso entre as duas organizações e o Ministério, que também o vai subscrever.
Para o Ministro Abel Bom Jesus, são claras as intenções do Governo nestas matérias, nomeadamente aumentar, ao máximo, o autoaprovisionamento alimentar do país (tanto para a população residente como para os turistas), nomeadamente culturas hortícolas e frutas, e até para algumas espécies animais, onde o país tem potencial produtivo. Produzir com qualidade em São Tomé é produzir biológico, país onde toda a agricultura é biológica, sendo esta uma garantia de qualidade que o país tem de aproveitar. O Senhor Ministro referiu ainda alguns projetos em curso, nomeadamente a situação do regadio das roças (explorações), um projeto a ser implementado em breve, com apoio do BAD – Banco Africano de Desenvolvimento.
Capacidade técnica da AJAP ao dispor dos agricultores santomenses
O Presidente da AJAP, Henrique Silvestre, para além de considerar pertinentes e urgentes as medidas anunciadas pelo Governante, apontou a disponibilidade total da AJAP em fazer parte da parceria anunciada. Referiu também a vontade da AJAP de abrir uma mini delegação em São Tomé e Príncipe, e anunciou a possibilidade de receber jovens agricultores de São Tomé e Príncipe em explorações agrícolas de Portugal, e até de Espanha. Será uma excelente oportunidade de participarem ativamente nas dinâmicas das explorações europeias e a reterem ensinamentos e experiências possam a vir a traduzir-se numa melhoria assinalável das explorações do seu país de origem.
O Diretor-Geral da AJAP, Firmino Cordeiro, reafirmou a importância da formação e capacitação dos agricultores de São Tomé, tal como referido por Carlos Pascual, assessor técnico do Ministro, assegurando que a AJAP tem disponibilidade e capacidade técnica para, em parceria com a Plataforma de Agricultores de São Tomé, organizar todo o processo formativo e de capacitação, contando com o apoio manifestado pelo Ministério.
Carlos Pascual aproveitou a presença do Responsável em Portugal do Banco Cooperativo espanhol Caja Rural del Sur para sublinhar a importância de, um dia, os agricultores de São Tomé e Príncipe poderem, com o apoio do Governo e outros parceiros, contarem com o seu próprio banco cooperativo. Numa curta intervenção, Eládio Gonçalves afirmou que a Caja Rural del Sur poderá colaborar com os responsáveis de São Tomé em termos de transferência de conhecimentos, e até formativos, ao longo do processo, sempre moroso, de implementação de uma iniciativa desta natureza.
Em suma, ficou bem patente a necessidade de estreitar e reforçar a colaboração entre todos, num esforço para que produções tão nobres como o cacau, o café, o mel e algumas especiarias consigam atingir patamares de excelência, através do Marketing e da obtenção de certificações internacionais, de forma a reforçar a sua valorização pela via da exportação para mercados “gourmet”.
Fonte: AJAP