A Confagri pediu hoje ao Governo que esclareça se as direções regionais da agricultura vão ser repostas, defendendo que este é o tempo de os políticos assumirem os seus compromissos.
O ministro da Coesão Territorial, Castro Almeida, citado pelo Jornal de Notícias, rejeitou, a título pessoal, reverter o processo de extinção das direções regionais, mas ressalvou que o que interessa é a posição do Governo.
“É uma opinião pessoal do senhor ministro, que respeito, mas obviamente que eu, enquanto agente do setor, estou focado nas promessas que o senhor primeiro-ministro fez sobre a retoma das direções regionais e sei que, até agora, não houve nada em contrário”, defendeu o presidente da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, Idalino Leão, em declarações à Lusa.
Ainda assim, pediu que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, esclareça os agricultores, acabando com o “ruído de opiniões pessoais”.
Na anterior legislatura, o governo (PS) decidiu passar as competências das direções regionais de agricultura para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), decisão que foi contestada pelo setor.
Apesar de ressalvar que o novo Governo tomou posse há pouco tempo, Idalino Leão reiterou que é importante esclarecer os agentes do setor.
“Este é o tempo de os políticos legislarem, decidirem o que querem para o setor agrícola, assumirem os seus compromissos com o setor e se existir a necessidade de chegar o tempo dos tratores isso será mais para a frente”, concluiu, referindo-se aos protestos dos agricultores.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) também pediu hoje ao Governo que cumpra os seus compromissos, fazendo regressar as direções regionais da agricultura, garantindo que, sem estas, não é possível implementar a Política Agrícola Comum (PAC).
Questionado pela Lusa, o Ministério da Agricultura reforçou o compromisso que faz parte do programa do Governo e que disse vincular o ministro José Manuel Fernandes.
“Valorizar e agregar a funcionalidade institucional do ministério e dos seus organismos, reponderando as alterações à arquitetura institucional -territorial das Florestas, da Agricultura e Pescas”, destacou.